sábado, 6 de setembro de 2008

O tempo

O tempo parou
nas entranhas
do mato
sob meus pés
sujos de terra.
Não percebia
nada
pelo silêncio
dos pássaros,
dos insectos,
do vento.
O tempo parou
de repente.
Dentro de mim,
todavia,
e longe dali,
a vida continuava.
O ritmo
de uma canção,
a batida
de um coração.
O tempo,
tempo
parado,
continuado,
mistério
indecifrado.



Francisco Moreira, Literatura Actual de Almada

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