O pássaro
no fundo
da algibeira
ah esse
ninguém
mo pode roubar
O cavalo
clandestino
no sótão
há-de estar sempre
lá
à minha espera
Um mar que eu sei
uma onda
uma duna
nunca deixarão
de ser
por mim
Uma pedra que tive
um gesto que gravei
num muro
bem sei
que serão sempre
a meu favor
Um telhado
um sobrado
um certo cerro
azul
bem sei
que estarão sempre
ao meu dispor
Um gosto
Um susto nos lábios
e no sangue
sei que
de olhos fechados
me conhecem
Por tão pouco se vive
de tão pouco se morre
com tão pouco se espera
Teresa Rita Lopes, Os Dedos, os Dias, as Palavras
segunda-feira, 8 de setembro de 2008
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