segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Abri a janela do meu quarto

Abri a janela do meu quarto,
Era ainda manhã,
Porque em cima da mesa estava o coração!

Reparei na moldura,
E passei discreto,
Eram tempos de hesitação!

Que segredos guardam meus passos?
Que tristezas guiam meus conflitos?
Acabei por descobrir os meus laços,
Percorrendo sempre os meus gritos!

Corri para o canteiro do lugar
E recolhi um botão de formosura,
Que atento coloquei ao luar.

Era noite, cedo tarda a noite,
Porque cedo amanhece o dia!

Que fado é a saudade
Da mesa do meu quarto!
Que a felicidade é ter-te à mesa,
E servir-te este caldo farto
Num prato de sobremesa.

Como esta rosa florida em botão.
Este instante de ternura e poesia,
Que neste momento te entrego em mão.



Rogério Simões, Uma Dúzia de Páginas de Poesia,
Colecção Index Poesis, n.º 41

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