Abri a janela do meu quarto,
Era ainda manhã,
Porque em cima da mesa estava o coração!
Reparei na moldura,
E passei discreto,
Eram tempos de hesitação!
Que segredos guardam meus passos?
Que tristezas guiam meus conflitos?
Acabei por descobrir os meus laços,
Percorrendo sempre os meus gritos!
Corri para o canteiro do lugar
E recolhi um botão de formosura,
Que atento coloquei ao luar.
Era noite, cedo tarda a noite,
Porque cedo amanhece o dia!
Que fado é a saudade
Da mesa do meu quarto!
Que a felicidade é ter-te à mesa,
E servir-te este caldo farto
Num prato de sobremesa.
Como esta rosa florida em botão.
Este instante de ternura e poesia,
Que neste momento te entrego em mão.
Rogério Simões, Uma Dúzia de Páginas de Poesia,
Colecção Index Poesis, n.º 41
segunda-feira, 8 de setembro de 2008
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