quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Um passeio pela rua da amargura

Um passeio pela rua da amargura,
Todas as noites o mesmo tormento!
Procuras sem fim
O que podes encontrar,
Vivendo preso num momento
Há muito passado,
Há muito esquecido...
Tempo que corre sem perdão
Tempo que se esvai sem parar
Larga-te nessa solidão!
E tu, percebendo sem querer
Crês que assim não é
Ergues a cabeça
E fincas o pé.
Teimosia, a quanto te dás!!!
Corres sem olhar
Corres no escuro
Não sabes para onde vais,
Apenas parado não queres ficar...
Corre pois, meu amigo,
Que de parados está o mundo cheio!
Corre por quanto podes,
Corre por quanto precises,
Corre para dessa rua saíres,
Corre para nela não ficares...



Ana Palma, Debaixo do Bulcão – Poezine, n.º 21

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