quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Da janela

Um prédio velho e sujo
Diversos telhados que se sobrepõem
Gatos que sobem às chaminés
Que fumegam o exterior das habitações.

Ao longe um jardim
Uma fonte, donde não corre água
Um canteiro onde as flores morreram
Baloiços onde já não brincam crianças
Bancos onde dorme gente.

As ruas estão cheias de pessoas
Correm
Como águas paradas num charco
Lutam pela sua liberdade individual
Amarradas à sua insignificância
Como indivíduos que são
Objectivam qualidade de vida
Conseguiram apenas ser escravos da sua auto-ditadura.

Isto é apenas um bairro de LISBOA!!!



Ana Monteiro, Debaixo do Bulcão – Poezine, n.º 20

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