quinta-feira, 28 de agosto de 2008

A noite

Devagar
a noite desceu à cidade
procurou
Rostos apagados de pó
na memória do que somos
subiu corpos gelados pela saudade
Deixou-se escorregar
Devagar...
Tão devagar que o medo do que fomos
e a escuridão do que seremos
Despiu-se nas lágrimas dos teus olhos

A noite desceu à cidade para amanhecer

- Lembro-me dos passos.



Ana Paula Nogueira, Literatura Actual de Almada

Sem comentários: