quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Construir de novo

Nervosamente
Construí um castelo de areia
Depois
Fiquei-me nas ameias
Para ver o que acontecia
À minha construção...
Veio o vento
Os alicerces abanaram
Veio a chuva
A areia das paredes escorreu lenta
Quase que pesadamente.
Vento-chuva
E a certeza
Do meu castelo a ruir!...
Nervosamente
Olhei o mar
A força das marés a rebentar
Então devagar
Muito devagar
Andei descalça pela areia húmida
Senti na boca a espuma das ondas
Absorvi a teimosia das marés
E sem sentir cansaço
De novo construi...!



Ana Trigal, Literatura Actual de Almada

Sem comentários: