domingo, 7 de setembro de 2008

Sujidade

Enregelado
Pela noite gélida
Passada
No vão da escada

Sujo
Por não ter ensejo
De água
Nem de despejo

Bateu
À porta por caridade
Donde lhe respondeu:
Vai-te! Que sujidade!

Esfomeado
E sujo
E muito mais enregelado
E já sem desejo...

Buscou porta melhor
Com resignação...
E sentindo com dor
A sujidade daquele coração...



Guy Brandão, Versos II

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