domingo, 7 de setembro de 2008

Este amor estranho

Este amor estranho
Domina todos os meus actos,
Controla os meus movimentos,
Mantêm-me nos seus braços.
Engulo a saliva,
Cerro os dentes,
Dispo os olhos,
Evito a penumbra
Da luz que adoro.
A antítese expressa a minha vida,
Calada, inconsequentemente desperdiçada,
Em coloridas/vivas embalagens,
Debilmente conservadas.
Loucura das loucuras que me desperta,
Partilha o teu êxtase das ideias,
Das máscaras e falsas armadilhas,
Enterra-me aqui,
Enquanto penso,
Enquanto amo,
Enquanto morro,
Só.



Jorge Ramalho, Debaixo do Bulcão – Poezine, n.º 23

Sem comentários: