domingo, 7 de setembro de 2008

Dor em forma de soneto

Mataram o meu sonho
A claridade fez-se escuridão.
Na mão que apertava a tua mão
Abriu-se uma chaga repelente.

Um abismo cavou-se à minha frente
Onde me esperava a morte. E é em vão
Que a dor que me sufoca o coração
Implora por um Deus inexistente.

Estou morto. E neste olhar qual te olhava
Como se o amor ainda nos ligasse
Vai-se-me a vida que esse amor me dava.

Se Deus ou o acaso me deixasse
Deitava-me no tempo e esperava
Que a eternidade me levasse.



José Maria Rodrigues Silva, 20 Poemas Portugueses e 20 Poemas de Macau

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