sábado, 6 de setembro de 2008

Declaração

De quem és tu? Pergunta
Como se quisesse acordar o infinito
Bater nas portas, levantar montanhas
Esculpir edifícios
Desperta-me! Lê os meus olhos!
O que fazes? Pergunta ele
Entrelaçando os seus dedos quase sufocados
encostados ao queixo longo e firme.
Porque me olhas? Pergunta
Sentado em frente com os olhos pesados sobre a janela
Como se a quisesse abrir com o próprio pensamento
Deixa-me! Puxa-me para ti!
Por quem acordas? Perguntam eles
Com medo que a noite se deite
e o sol desperte a manhã
Tu, Eu, Tu, Eu, Nós!
De repente um murmúrio apagado
Um suspiro...
Aconchega os seus lábios aos ouvidos dela:
Sou teu. Observo-te. Completas-me.
Sempre por ti.



Cláudia Brito, O Sabor das Palavras, n.º 5

Sem comentários: