Assino os nadas
Os inumeráveis omnipresentes constantes nadas;
Gravo o meu nome em pretensa superfície
Em suposto material, em incerta substância;
O meu epitáfio
Será a paisagem que surge do seu enquadramento
E a transparência
A prova real da minha inexistência - assino os nadas
E as noites impossíveis perdidas para todo o sempre
os nadas
E as folhas escritas não lidas nunca mais
Todos os nadas
São meus, reclamo-lhes a soberania
Como territórios inexplorados
Incompreendidos
Concebo os nadas.
Dou-os à luz.
Registo.
Organizo.
Assino.
Filipe Raveira, O Sabor das Palavras, n.º 5
sábado, 6 de setembro de 2008
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