Quem um dia adivinhou o universo
Nunca imaginou que a verdade lhe ficaria eternamente presa na garganta.
Como quem finge que não sabe.
Como quem teme descobrir ainda mais.
A humanidade estimula os critérios mais abstractos.
enquanto que o indivíduo, preso pelo anzol da insatisfação, constrói
casulos de entendimento, fechado no seu alfabeto específico de mui
fraca percepção.
E porque se divide em Homem e Mulher, atribui, de valor universal, a
forma fechada e circular ao desenvolvimento eternamente etéreo das
células livres e indomáveis.
A raça progride por linhas indesenháveis – indesejáveis
como um comboio louco que transporta o peso da eternidade.
Leva tudo à frente, sem saber. Quer seja medo, meta ou obrigação
o corpo seta só tem uma direcção.
Catarina Henriques, Debaixo do Bulcão –Poezine, n.º 21
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