quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Al Berto

Viveste
Com sofreguidão atravessaste desertos áridos
Águas revoltas
Dias e noites intensas, doridas, sofridas
Eras a própria essência da vida
Um dia partiste
Tão inesperadamente, para mim
Em meu peito ficou esta mágoa, de não ter dito adeus
Sonho
Surges nos meus olhos
Como se sempre ali estivesses estado
Olhas-me e sorris
Quero falar-te
A voz prende-se na garganta
Quero tocar-te, não consigo
Estás muito acima de mim
Pairando na quietude deste fim de tarde
Dizes-me «Não deixes nada por viver!»
E a tua luz inunda a minha alma
O sol derrama-se neste fim de dia
O cheiro a maresia invade-me
Sei que estás aqui neste momento
Segurando a minha mão que te escreve
Viverás para sempre no meu coração
Meu poeta dos “Mares-de-Leva”
Sei que um dia voltaremos a nos encontrar
E então poderei dizer-te:
OBRIGADA.



Anabela Ferreira, “Verdadeiramente” Eu e os Meus Amigos

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