Debaixo do céu cinzento
entornam-se feridas
queimam-se chuvas
e as gentes correm a abrigar-se.
São de porcelana,
os transeuntes que passam,
e refolham-se no centrinho dos seus umbigos
para que a chuva e as feridas
não toquem nos seus forros empedernidos.
Sobem e descem,
e assim passa o dia curto
com homens e mulheres que se amam num furto
e se vestem de inocência a caminho de casa.
Regressam sozinhos
de porcelanas endurecidas
quais feridas expostas
Laura Moura, Debaixo do Bulcão – Poezine, n.º 23
domingo, 7 de setembro de 2008
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