domingo, 7 de setembro de 2008

Memória

Desenho um caminho sem fim
que me junte ao futuro
e me leve seguro
para lá de parte alguma…
E sigo obstinadamente
na noite incerta
sentindo cada passo
como um eco tardio
semeado ao crepúsculo
e confiado à madrugada.
Em busca de um momento eterno,
de uma breve parcela no tempo
que seja imune o vento
e que fique para sempre guardada
no castelo da memória,
pois é esse instante infinito e precioso
que perdurará como a única arma no deserto,
como um grito no silêncio
envenenando o vazio e o esquecimento.



Hugo Duarte, Poesia a Cinco Vozes da Margem Sul, v. II

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