domingo, 7 de setembro de 2008

Cacilheiro, o meu "barco do amor"

1. No tempo em que namorei
Fui visitar o Cristo Rei
À linda Vila de Almada
Num dia lindo e soalheiro
Embarquei num cacilheiro
Com a minha namorada

2. O Tejo tinha as águas calmas
Que fazia sonhar as almas
Dos casais de namorados
Cortava o ar uma brisa pura
Envolvendo em amor e ternura
Os corações apaixonados

3. Este meu “Barco do Amor”
Nada tinha de inferior
Ao mais luxuoso cruzeiro
Tudo em volta era beleza
O amor era a maior grandeza
Do mais humilde cacilheiro

4. Quando desembarquei em Cacilhas
Apreciei todas as maravilhas
Que nos ficam cá deste lado
Conheci a gente do Ginjal
Gente tão pura, que por sinal
Eu nunca tinha visitado




5. No Monumento a Cristo-Rei
Aos pés de Cristo parei
Para dar um beijo de amor
Rezei também a minha oração
Depois troquei meu coração
Testemunhado pelo Salvador

6. Foi um marco na minha vida
Depois visitei logo de seguida
Tão grandioso monumento
Passadas horas eu abalei
Mas deixei no Cristo-Rei
O meu mais puro juramento

7. Esse amor que continuou
E cada vez mais apertou
As amarras da minha vida
E sem saber dizer que não
Continuou a minha paixão
Junto da mulher pretendida

8. Se um dia a vida acabar
Podemos continuar a amar
Através de uma grande saudade
Depois de feito o juramento
O amor é o maior sentimento
Que dura uma eternidade



Manuel Antunes Marques, Uma Dúzia de Páginas de Poesia,
Colecção Index Poesis, n.º 38

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