quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Papoila que me falta

Preciso de sal para o meu pão
Mas as forças já adormecem
O hábito instala-se na solidão
Morte nos sonhos que fenecem

A chuva anda em trocas com o Sol
E este tomando de frenesim os insectos
Eu mortinho por ti sob o meu lençol
A lamber as feridas internas dos afectos

Adiado sigo a lembrar-me de nós
Colado nos teus lábios vermelhos
Afasto, escondo, palavras sem voz
Seara de trigo, papoilas e cheiros



António Manuel Ribeiro, Se o Amor Fosse Azul que Faríamos Nós da Noite?

Sem comentários: