Este canto que eu canto
é um canto desolado;
- Ai o dos mancebos mortos
quente sangue derramado!...
Este canto que eu canto
é um canto dolorido:
- Ai o das noivas frustradas
branco tálamo perdido!
É de mágoas e de dor
o triste canto que eu canto:
- Ai o das viúvas jovens
desolado negro pranto!...
É de lágrimas e sangue
o meu canto amargurado:
- Ai o de quem perde um filho
terno peito alanceado!...
Eu não posso mais cantar
o triste canto que canto:
- Ai os dos meninos órfãos
olhos varados de espanto!...
Não canto mais este canto
que é um canto revoltado
- Ai que vida de martírio
p’ra quem fica mutilado!...
quente sangue derramado...
quente sangue derramado!!!
António Gil Antunes, Literatura Actual de Almada
quinta-feira, 28 de agosto de 2008
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