Escrevo esta doença,
que é escrever.
Escrevo a luta da alma,
o uivo do lobo,
a orquestra das águas.
Escrevo a vergonha de escrever.
Escrevo as sombras das ruelas
e o sonho do poeta,
O amanhecer na cidade deserta
cheia de tudo.
Escrevo as noites claras
de cantos embriagadas.
Escrevo as palavras que teimam
em não calar.
Escrevo as portadas da velhice
e a sapiência da idade,
Escrevo o olhar dos mendigos
e a profecia dos loucos.
Escrevo a mente cega.
Escrevo esta doença,
que é escrever.
António Boieiro, Esta Doença Que é Escrever
quinta-feira, 28 de agosto de 2008
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