Não quero que o rosto
acuse
o sentido trágico da angústia
de te ver partir.
Não quero deixar
nada
sobre o vazio do teu pensamento
e tragicamente sentir
a tua sombra vegetar
para além do meu sonho
Porque esquecerei
E tu partirás.
Não quero fixar
sob o signo do remorso
a solidão do teu crer
e ante a fúria das palavras
tento procurar
desvendar o mistério
que ronda por entre os teus olhos
e de miragem em miragem
escutar os sons das pupilas
dilatando a esperança.
Tu partirás
e o sol florirá
porque nasceste primavera
Alfredo Canana, Rasgo um Espaço no Teu Corpo
quinta-feira, 28 de agosto de 2008
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