quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Borras

O samba é lento e a cons-
trução do ritmo é vaga
na hélice de sons
que o fumo lambe e alaga.

Desembrulhou-se o mons-
tro acéfalo e a adaga
de um riso o descompôs
o brinca leve e afaga.

Quem foi que riu irmã?
Que monstro acéfalo há
no samba da manhã?

No bar o monstro é fumo:
teu riso foi glá-
dio e rumo do seu rumo!



António Leitão, Sabor a Crime

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